- 25% dos auditores foram redirecionados para outras áreas, como consultoria, suporte ao business e mapeamento de controles;
- cerca de 1/3 dos departamentos tiveram orçamentos reduzidos;
- 20% das empresas entrevistadas enxugaram seus quadros de colaboradores.
Em relação ao deslocamento de auditores para atuarem como consultores, conforme o articulista, é preciso que seja equalizada a atividade de avaliação (Assurance) com a de Consultoria que seja garantido ao profissional uma atuação absolutamente independente. De fato, a independência é requisito basilar para a atuação do profissional de auditoria, principalmente nos casos dos auditores internos atuando como consultores do próprio empregador pois, apesar da transformação desses profissionais em reais parceiros de negócios, colocará em xeque sua eventual atuação futura quando for exercer o mister de auditor efetivo na verificação daqueles negócios em que serviu como consultor.
No que se refere à pressão por ajustes no orçamento, tal situação está ocorrendo em todas as áreas, principalmente as operativas, que precisam de melhores resultados. Assim, defende Pimpão, cabe ao auditor interno ampliar suas análises técnicas e focar a atenção no que diz respeito a ajustes de provisões, reconhecimento de receita e despesas identificadas em períodos incorretos, destacando o uso de ferramentas como big data, inteligência artificial e analytics. De fato, o uso dessas ferramentas auxilia muito no conhecimento, estudo e extração de informações importantes em grandes bases de dados informatizadas, já é realidade em muitas áreas e na própria auditoria (por exemplo, nos bancos, as auditorias internas já trabalham com big data há algum tempo) e proporciona a redução do - assim chamado pelo articulista - "batalhão de auditores". No entanto, com a devida vênia, vale ressaltar que a redução do quadro de profissionais de auditoria interna deve ser consequência de estudo cuidadoso do impacto disso na gestão de risco da organização, não o resultado da mera troca de auditor por máquinas. A visão do auditor é fundamental e, pelo menos no momento, os aplicativos informatizados devem ser vistos como auxiliares, poupando tempo dos profissionais humanos sem tomar-lhes o posto. Necessária torna-se, sem dúvida, a adaptação das empresas, seus departamentos de auditoria e dos profissionais às novas possibilidades de execução das suas atividades em tempos de crise, tais como o uso de ferramentas de análise de dados e o teletrabalho.
Conclui Pimpão que jamais o auditor interno navegou em águas tão vorazes e repletas de perigo e que o termo "gerenciar riscos" - um mantra na profissão -, passou a ser uma das mais aclamadas necessidades para empresas de todo o planeta. Termina conclamando que a auditoria, mais do que nunca, precisa mostrar sua força e acender luzes de resiliências dentro das organizações.
Fontes:
PIMPÃO, Fábio. Auditoria em mares turbulentos. Disponível em <https://iiabrasil.org.br//noticia/auditoria-em-mares-turbulentos>. Acesso em 30/5/2020.