quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Programa de Diversidade em Conselhos e a ASG - O que têm em comum?

Programa de Diversidade em Conselhos e a ASG - O que têm em comum?

Em recente reportagem no Portal O Globo (link aqui), a jornalista Mariana Barbosa explica por que as empresas precisam eleger 130 mulheres para alcançar meta de 30% de diversidade em Conselhos


Segundo o artigo, pelas contas do 30% Club, seriam necessárias 130 mulheres para o País sair da marca atual de 16,1% de vagas ocupadas por mulheres para o ideal mínimo de 30%. Atuando no Brasil há 4 anos, o 30% Club está em campanha para convencer as empresas listadas a ampliar a diversidade nos conselhos a partir de abril deste ano, quando muitas empresas terão eleições para renovar seus conselhos.


A reportagem cita a fundação Women Corporate Directors, que possui um banco de dados com nomes de 200 potenciais conselheiras, o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), que já certificou mais de 200 conselheiras, e escolas como Saint Paul, que está formando a oitava turma de conselheiras aptas a assumirem suas funções. 


Cita, também, o 30% Club, movimento global que advoga por mais diversidade nos conselhos das empresas, o Programa de Diversidade em Conselhos, que é apoiado pela B3 (bolsa de valores oficial do Brasil) e pela consultoria Spencer Stuart e que já ofereceu mentoria para mais de 100 mulheres, e o Conselheira 101, um movimento de mulheres negras com formação para atuarem em conselhos e que conta com um banco de dados com 40 nomes, como entidades que defendem a necessidade de diversidade nos conselhos corporativos no Brasil.


O movimento 30% Club conta com a adesão de 40 casas de investimentos que se comprometem com a causa e, segundo a diretora de investimento da Aberdeen, maior gestora de recursos do Reino Unido e que aderiu ao clube dos 30%, Brunella Isper Gomide, as "questões ESG (ambiente, social e de governança) estão incorporadas às nossas análises de investimento e estamos sempre levando o tema para as conversas com as empresas do nosso portfólio". Ou seja, a diversidade nos conselhos já faz parte dos requisitos ESG dos investidores e pode se tornar umm diferencial para aquelas companhias que almejam recursos de investimento.


Fonte: BARBOSA, Mariana. Empresas precisam eleger 130 mulheres para alcançar meta de 30% de diversidade em Conselhos. Disponível em: https://blogs.oglobo.globo.com/capital/post/empresas-precisam-eleger-130-mulheres-para-alcancar-meta-de-30-de-diversidade-em-conselhos.html. Acesso em 12 jan. 2022, às 09:32.

sábado, 8 de janeiro de 2022

ASG e LGPD - O que isso tem a ver com governança?

 ASG e LGPD - O que isso tem a ver com governança?

Ambas representam desafios para as entidades, mas também contribuem para a sustentabilidade, ética e resultados positivos.

ASG (sigla para ambiental, social e governança - ou, em inglês, ESG: environmental, social and governance) configura-se em medidas adotadas para preservar o meio ambiente, garantir melhores condições de trabalho, diversidade e desenvolvimento da equipe, além de permitir a criação de um sistema de governança corporativa efetivo, eficaz e eficiente.

Já não é mais uma opção para as empresas a adoção da ASG, pois percebe-se que as entidades que valorizam negócios que respeitam o meio ambiente e as pessoas e que tenham um bom sistema de gestão atraem os melhores investidores e melhoram sua imagem perante a sociedade.

LGPD é a sigla para a Lei Federal nº 13.709/2018, chamada de Lei Geral de Proteção de Dados, que regulamenta o uso dos dados pessoais no território brasileiro. Como toda lei, tem caráter coercitivo e prevê multas e sanções para quem descumprir suas regras. E isso vale para pessoas jurídicas, públicas ou privadas, e até pessoas físicas

A proteção dos dados pessoais e da privacidade passaram, com a vigência da LGPD no País, a ser um novo valor a ser agregado nas rotinas internas e externas das empresas, agora sob pena de sanções pelo Poder Público.

A governança está na própria sigla ASG e está intimamente vinculada à LGPD no requisito do compliance, que é intrínseco à governança.

Tanto os critérios ASG quanto às normas cogentes da LGPD exigem que as instituições formulem ou aprimorem programas e equipes responsáveis por gerir a proteção do ambiente (natureza, sociedade, clientes), dos colaboradores (empregados e fornecedores) e dos dados pessoais no desenvolvimento de seus produtos e serviços, e o sistema de governança corporativa tornando transparente e efetivo.

Ainda estamos em plena transição, no Brasil, em busca de meios e alternativas para incorporar os princípios ASG e da LGPD nas rotinas empresariais até que tais valores sejam naturais no desenvolvimento do trabalho cotidiano. Mas há esperança de que isso ocorra o mais rápido possível!


quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Quais as tendências para a gestão em 2022

Tendências para a Gestão em 2022

Perguntaram-me quais seriam as tendências para a gestão no novo ano e, confesso, parei um pouco para juntar mentalmente as informações. Eis algumas elucubrações. Nada que cito é verdadeiramente novo - vivi muito disso quando trabalhei no Banco do Brasil e vivo até hoje em meu trabalho autônomo - mas a sua consideração como tendência se justifica pela pouca utilização - ainda - pelas empresas nacionais.

Trabalho remoto, presencial e híbrido

De supetão, foi minha primeira resposta já que a situação de pandemia da Covid-19 sobrelevou o tele trabalho como uma forma eficiente e eficaz para a realização de tarefas antes definidas como necessariamente presenciais. Com o avançar dos bons resultados no enfrentamento do vírus SARS-CoV-2 e aberta a possibilidade de retorno ao convívio laboral presencial, as empresas passaram a reativar os postos presenciais e criar formas de trabalho híbridas (parte presencial, parte à distância), com todos os seus prós e contras. Em 2022, tal dinâmica tende a se consolidar, o que provocará nos gestores, empresas e profissionais a necessidade de adaptação a esta realidade e de viabilizar formas de coexistência dos modelos presenciais, híbrido e remoto dentro da realidade de cada negócio e de cada time. 

Governança

Sem dúvida, e mais que nunca, a governança (em resumo, sistema pelo qual as empresas são dirigidas e monitoradas) mostra-se fundamental - ao lado dos aspectos sociais e ambientais - para a perenidade das entidades e se aplica a empresas, pessoas e sociedade, ou seja, uma empresa só existe porque está inserida em determinado contexto, seus funcionários e clientes pertencem a determinada sociedade,  então percebe-se a importância de considerar os impactos e os fatores de suas decisões sob as perspectivas sociais, legais e ambientais. E isso passa pela implantação e a manutenção de uma governança forte em 2022, com ética e empoderamento, pois sustentará o futuro das organizações, conforme o nível de maturidade de cada.

Aprendizado contínuo

Mais uma tendência que foi intensificada pela pandemia. Aliás, mais que tendência, trata-se uma mudança de mentalidade tanto das empresas mas, principalmente, dos colaboradores. Procura-se identificar aquilo que não sabemos ou dominamos para buscar aprender (estudando, pesquisando ou vivendo experiências) e efetivamente aplicar aquilo que aprendeu. E repetir isso todos os dias até o fim da vida. Será tendência em 2022, aproveitando o boom de cursos on line, universidades corporativas e treinamentos híbridos (parte presencial e parte via internet) e a compreensão de que só progride quem gera e consome conhecimento.

Outras possibilidades

Pensei em outras situações que poderiam se tornar tendências para o mundo corporativo em 2022 (intensificação do uso de tecnologias ágeis em áreas distintas da tecnologia da informação; abordagem de liderança transformacional; utilização massiva de big-data; empoderamento das áreas de auditoria e controle), mas resolvi parar por aqui para não tornar extensivo este despretensioso post neste humilde blog.